terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O direito de sermos porcos

esta noite fodi com cinco mil vadias
nos sonhos inflamados de minha amada
sou um infame borrão de merda na calçada
o cheiro dos sedimentos de vinho já podem ser sentidos
é hora de enchermos mais um copo
até a borda e destinarmos a gota que escorre para o primeiro deus hipócrita que aceitar a oferenda
debaixo da sombra da tarde morta sentindo o cheiro de búfalos empanados tigres desdentados um enorme milk shake de tétano e miasmas
sim despertei lúcido o suficiente para ver com olhos limpos toda a sujeira em que afundo.


depois de três copos a vadia esganiçada cantando no falante parece a reencarnação da virgem maria entorpecida de cocaína berrando o salmo 74
o santos são o remédio necessário para esquecermos os dinossauros
esse é o novo hino das sarjetas
será cantando por cada boca desdentada entupida de pentelhos escorrendo aftas deus é meu melhor amigo
um mito gástrico para melhorar a nossa digestão
entre todas as traições a sua facada certeira em minhas costelas é sem duvida a que mais me faz uivar
e como bom lobo preciso de carne
correndo sob a lua ondulante  e cobrindo 20 mil parasitas sob meu pelo
simbiontes sugadores do meu e de todos os sangues do mundo

a cor mundial das bocas é o roxo da dignidade é o vermelho e da morte é o arco-íris
qualquer criatura que desafiar tal proclamação deve ter seus órgão extirpados em lentíssima câmera lenta
olhos pesados de areia enxofre carne mal passada milho e massa sem sal
eu amo apenas sua ausência
sua presença me transferem faculdades de nojo que me imbuem das mais fundas vontades do cometimento atroz
nascemos para lutar até os joelhos assarem na areia seca do asfalto
todas as piadas já foram contadas e manipuladas
preciso ser amado para apenas detestar o que me convêm
preciso de uma prova maciça de quantas vezes já cai em terra já que minha memória parece estar mais furada que um pedaço de queijo
sinto fome, mas não ouso me alimentar
pois tudo tem aquele cheiro romano ancestral de veneno e traição





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