sábado, 14 de janeiro de 2012

Um pouco a cada dia

De que vale o enorme seio que me alimenta
Preciso de um pouco mais do que leite para a satisfação de minha figura
Morda sua bunda cadela incipiente
As fadas sorridentes me confrontam com seus gracejos banais
A melancia sem açúcar sacode em minha boca
De bochecha a bochecha ela se convulsiona num tormento amoral
Pedras de mim; da rua e do rim de seu pai
Entre a esquina que nunca caminhamos
E o beijo que nunca te dei
Posso demarcar meu território
Urinando em todos os postes até sua casa.
Quando o ultimo uivo morrer entre meus dentes
E a ultima ervilha ser dissolvida pelas minhas enzimas
Podemos comemorar nosso natal
O nascimento do bode deformado
Minha barba fede a sedução de um ritual animalesco
Sua mão no meu pinto
Pouco importa o peso entre seus ombros
Aquela crosta rancorosa varre meus orifícios
Me tornei aliado do vento, irmão da chuva, primo da adversidade
Não poderemos nos tornar amigos
A menos que permita que eu te mate
Um pouco a cada dia.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Pão de queijo

.,.,.,





Em cada calçada que eu deixo cair meu rosto
Eu lembro de um buraco na erva verde que cintila
Ao som dos poucos raios do sol
O mais brega dos pesadelos me persegue
Como um coelho gigante vestido de vermelho
Não podemos fechar a porta para uma doença que corrói o corpo
Somos todos defuntos amigos dos átomos e das flores
Meu grande remédio morreu com meu orgulho
Meu orgulho afunda com estas palavras
Estas palavras me saciam e me aliviam
Como a cerveja em lata
Como as escórias que marcham na praça publica
Fardadas ,uniformizadas e com aquele cheiro de humanidade...





;.;.;.

domingo, 1 de janeiro de 2012

dia mundial dos motivos

e é no ultimo dia
que percebemos o que realmente vale a pena

o telefone chora
e uma garrafa de gim
me convida para celebrar nossas mazelas

reviro minha gaveta de lembranças
e entre uma calcinha azeda
e um a pulseira sem elástico
encontro uma caixa desbotada
e ali dentro da caixa me escondo

o escuro tem um cheiro engraçado
um cheiro de silêncio
um silêncio que não vivi



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