sexta-feira, 28 de outubro de 2011

penugens


Eu adorava
Corromper a inocência daquelas jovens almas
Acariciar suas penugens claras
Com as pontas calosas de meus dedos
Arrancando suspiros como
Notas em semi tons
De suas boquinhas úmidas
Não se deve
Mostrar poemas a elas
É como tratar cães
com filé mignon


,.. .

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Os deveres da memória

Lembre daquelas noites frias
que eu chegava em casa
no mudismo da madrugada
soturno e furtivo com um gato
me esquivando pelos corredores embriagado
e sustentando meu peso nas paredes de cerejeira
Lembre de meu tênis salpicado de vômito
e do ar pestilento de meu cômodo
abrigando os venenos sulfurosos
de todas as ressacas do universo.

.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sedimentos

eu disse até logo
para as ondas do rádio

precisava escrever para me manter lúcido

precisava dizer antes que tudo acabasse

paredes e paredes de chocolate desmoronando à minha volta

beijos e flatos são iguais
ratos e cerejas são iguais
cabelos e mateiga são iguais
bunda e umbigo são iguais
morte e buceta são iguais

Deus poderia existir
apenas para eu rir da cara dele
e urinar nas feridas de seu filho


.