sexta-feira, 25 de outubro de 2013

bancos



skatistas sapatas cachorros pulgas vagabundos mendigos sorvetes grama brisa nuvens
vícios certezas asco degraus velhos algodão doce pedófilos fontes
eu como uma amoeba estarrada num banco habitado por palavras obscenas de errorex
procurando encontrar a musa petrificada para compor a grotesca obra
rindo para o nada
as risadas para o nada são as melhores
não há melhor plateia do que o vento
não há melhor remédio do que sentar a bunda sobre a ferrugem e vadiar em silêncio sem relógios sem motivos comigo mesmo ao fim de tudo



.;\\``

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Tosse



os ratos procuram água
bullshit
a falta que me faz aqueles olhos
a amarga sinfonia martelando cada átomo de meu crânio
sentindo o cheiro de comida ao meio dia
impossível comer com esse enorme pastel quase inteiro boiando em vodka no estomago
as ruas pedem clemência
estão incertas quanto as suas finalidades
planejo o mundo
mas herdo infernos
as hordas doentias se levantam para atormentar o  cansado Noel

dei espaço para  os pensamentos se resfriarem
eles fervilharam como bolas de carne numa panela sem óleo
o atrito fátuo do improvável com o impossível

meu xarope para tosse parece chegar ao fim
ainda tusso como um velho caquético melado numa fralda geriátrica
o cansado argumento de quem precisa gritar
bolas em chamas
a repetição da estranha verdade
o porque de não dizer adeus
o rompimento umbilical de meu ego
o mundo é uma vadia grandiosamente ingrata




.;.