segunda-feira, 23 de junho de 2014



A trinta minutos atrás senti uma vontade latejante de lamber a sua xoxota
Seu clitóris soterrado em seus lábios mornos
Meu almoço acabou se personificando em bolachas recheadas
Todas as lixeiras do mundo vomitam nossos resíduos
Nossa dualidade quântica
Os filamentos de minha coluna ardem em presunção
Seu pescoço chupado por quinhentos dentes de um lobo faminto
Sorrindo como se hoje fosse amanhã






;~.


Na medida que os minutos passam,
Percebo que o mundo lateja
Ele pulsa
Como um animal morto na neve
Eu me escoro em seu dorso
Abrimos a garrafa do abismo
Cem olhos de um sueco sujo
Duzentas e trinta palavras sem sol
A plataforma me chama
Bonjour mon couer!



.,,

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Antes que maio acabe



Antes que maio acabe preciso falar sobre esse fedor
Esse cheiro de fingimento
E nem falo do habitual fingimento seu, caro e vulgar leitor
Falo de meu próprio fingimento
De uma máscara lúgubre que ando desfilando colada junto a cara
Falo da perfidez de todas as doenças que ignoro
Falo de minha própria corrupção sonolenta desintegrando átomos desnutridos
Antes que maio acabe
Louvarei a sarjeta
A violência da alma
E as perdas que nos tornam mais de nós mesmos



.,n