quarta-feira, 17 de abril de 2013

A sensação do infinito



Passei a chamá-la de sensação do infinito
Aqueles momentos breves em que a existência parece realmente valer a pena
Quando as palavras não faltam
E o ar dentro dos pulmões chega a ter um cheiro doce
Quando numa ilusão preponderante os pés parecem se elevar do solo alguns breves centímetros




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sexta-feira, 12 de abril de 2013

vagueando



Respirando atmosferas densas e recheadas pelo cheiro de carne estragada
A palavra delimitadora da finalidade da vida humana
Me assaltou a inconsciência com a brutal força de um orangotango histérico
As cinco letras passaram como tentáculos sulfurosos
A envolver as mais prosaicas coisas que me cercavam
Resolvi então declarar morte
A todos os vagabundos que não tem dinheiro para comprar sua própria canha
Morte aos ventres presos
Morte aos bifes duros do restaurante universitário
Morte aos hipster
Morte ao cheiro ordinário de peixe do mercado publico
Morte aos otários que conversam sobre bicicleta na hora do almoço
Morte aos sonhos de putaria interrompidos por despertadores
Morte as garotas com cara de limão
Morte aos músicos que vendem suas bundinhas sujas por vinte cinco e noventa


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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Entre dois Mundos




As calçadas carecem de mais pétalas caídas
Surtei
surtei e me sinto pleno
Entendo agora 94% dos louco do mundo
Uma casa enorme, muito eco, muito pó
E pequenas bactérias se alimentando de minha sombra
Quero casar com uma cadela de rua e dar à ela um nome de fruta
Para todos os efeitos já não sou mais humano
Algo como um parasita à minha volta me atormenta
Saudade de meus ossos quebrados
O sentido chafurda entre a distorção e o sol de todas as praias
Balanço cabeça e numa convulsão de idéias esparramadas
Vejo a imensidão de praças ocupadas por carnes e girassóis
Surtei
surtei e me sinto pleno



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