terça-feira, 18 de janeiro de 2011

meu balde

Há dois anos atrás criei esse blog. Precisava de algo que servisse como um balde para depositar os meus frêmitos vomitivos; e como não bastava apenas despejar essas injúrias eu ainda nescessitava arremessá-las violentamente contra a face daqueles que aqui adentram.
Obrigado a todos que visitam, que comentam, que espiam com cara de nojo, que gargalham, que desprezam, que lacrimejam, que compreendem, que acham absurdo, que juntamente comigo deitam e rolam na relva abraçados nessa vadia imunda chamada sinceridade.
Dois anos de ASPPIRINA, hoje vou tomar um porre; para comemorar ou para esquecer... De qualquer forma a vida não passa de um punhado de argumentos e desculpas flatulentas para nos entorpecermos todos os dias.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Passagem de fim de tarde

Simplesmente eu
caí em minha cama
e comecei a me decompor
como um cão morto ao sol.
E todas as moscas e larvas
que se juntavam a mim
nesse ritual de passagem biológica,
promoviam oferendas e cânticos
que me confortavam,
como a esponja molhada
que atenua a dor do condenado
ao assento elétrico.
Todos os fluidos agora são vapor,
toda a consciência agora é sonho.
Livros não lidos.
Ruídos esquecidos.
Ouça o eco infindo,
da balsa em que navego.

Enquanto eu mordiscava um pão com carne

Faço piada
com meus defeitos
esse é com certeza
o meu maior defeito.
O mais irônico
dos peixes é aquele
que não sabe nadar.
Se conformem os tolos
Que flutuem as pedras
Nenhum pingo de chuva
é igual ao outro.
Mas afinal de contas
ao término
do intervalo
No overture fondu de nosso rastejar;
que saibamos já agora,
somos apenas água.