terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Feliz natal



 Pensamentos espanhóis
Natais em família são os lamentos de um estômago abarrotado
Uma rara falta de nicotina se manifesta
Perdão pelos meus pecados
Me excluo e como carnes raras, regurgito a simpatia de meu sangue
Me excluo em um pequeno mundo de templos de pedras
Onde os que quebram as barreiras são os grandes beneficiados
Pela morte
Pelo tempo
Pêlos em meu cú
Um corpete suspenso espera pela bailarina entorpecida
Minha família fede
A sedução me encanta
Novamente sonho com a Espanha
Não são os touros ou as capas vermelhas
Sussurros de una tica
São as descobertas de uma terra desabitada pelo meu próprio conhecimento
Penso em sua boca
E em seus olhos inchados por álcool e pelo seu tormento de me conhecer.




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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O herdeiro



A betoneira grita num tom lamentoso as notas da banalidade
Pedras empilhadas esperavam para compor o corpo entediado de uma construção fálica
O sentido óbvio dos objetos foi criado com o único propósito de confortar as mazelas e estancar os pruridos do desencanto
Frutos de cactos afrodisíacos eram colhidos por camponeses cegos
O mundo rezava para uma estátua erótica que se embalava sobre um alabastro empoeirado
Poucos sabem dos lamentos galináceos de um futuro aveludado

Balançando entre dentes

Corrompido pelas enzimas gástricas
O destino da beleza momentânea é selado por um fim fisiológico alegórico
Amando as sombras de uma vagabunda sorte
O último vadio
O último dândi
O último herói caído
Reclama seu trono em decadente minimalidade




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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O perdão e o rancor



As putas só mudam a cor do cabelo
São todas portadoras de orifícios lindos
Esperando para serem penetrados
Mijando e se melando
Fábricas inteiras de azedumes cósmicos
Por vezes a ilusão do conforto fecha nossos olhos
E cria pequenos delírios
Delírios não menos doentes do que tomar ácido no mercado
Nas florestas tailandesas moram os filhos do desapego
Enfurnados em trilhas de desatino e umidade
Perdoar é para os fracos
Perdoar é um dom raro para aqueles que nasceram tortos


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