segunda-feira, 28 de novembro de 2011

o livro dos estranhos indiscretos

esfirras apimentadas
ela me leu poemas sobre as sobras da mesa
e discutimos sobre o vazio que dói
mordi a língua e beijei sua cicatriz
lembrei de uma música idiota e dei risada
revelei a construção de meu personagem
o enlevo de meu prazer
surtamos os dois e planejamos nos devorar
bem devagar
como um carrossel empoeirado
com pequenos pôneis sem rabos
aleluia irmão
todos abrem os olhos e dão as mãos


Para a garota que lê Fernando Pessoa para mim depois do almoço...

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A grande vadia

A grande vadia besuntou meus bigodes
com as suas melecas intra uterinas
a grande vadia me abraça em sonhos
inoculando seu veneno
pelas minhas veias curtidas
a grande vadia sorri e exala o cheiro
de todas as malícias do inferno
se idiotas fossem livros
hoje eu seria uma biblioteca
a náusea é o mal de todos que pensam
estou suando
me derretendo
seguro minha face na mão
mole como um pudim
leio filas e filas de merda
em forma de letras
eu entendo o que destroi minha sede
venha grande vadia
deixe que eu te abrace novamente
deixe que eu enterre mais uma vez
minha cabeça em seus grandes seios risonhos



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