sábado, 20 de dezembro de 2014

Pezinhos de framboesa



Mais do que nunca hoje a minha merda parecia um feto negro me observando debaixo d’água Pezinhos de framboesa foi embora e deixou seu perfume adocicado no travesseiro Bandas de países gelados são as melhores.
Ela deitava pálida e fedorenta de pica
Amava o celular e as amoras
Dizia palavras amanteigadas e mijava sem sutiã pelo apê descascado
Nunca mais
Na casa dos gatos onde os pelos e as pulgas almiscaram por enredos corroedores
Na priori facultativa de nosso colchão matricídional
As almas de todas as cores falavam em vozes harmonicamente abaladas pelo desfazer de cada sol ou de cada palavra legendada com odor esterco felicidade





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sábado, 15 de novembro de 2014



Minha alma é velha
Me despeço na porta de minha valise condensada
Quero púcaros de salvação
Ouvindo aquela velha musica que faz mais sentido do que meu pau na xota da mãe de todos os meus irmãos
Leva
Eleva
Enleva
Presunção assada com tempero duvidoso
Ontem eu cheguei ao cumulo de me amar
Acordei descobrindo que tudo é mentira
Uma mentirinha fodida
Ou talvez eu diga olá
Ou talvez eu mije na sua cara bem devagar
O calor
Da dúvida
E do posfácio melecado de rancor
Já escrevi merdas melhores
Já duvidei menos ou mais por nada
Sua maçã verde rolando no chão




;.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O gesto simbólico do messias dilatado



Segundo relatos
Ontem perdi a função da fala
Me comunicava apenas por gestos
Acordei em posição fetal
Vestido
E com a porta aberta
Em meu colchão ghosmento de pós afazia
Duas pérolas para o altar
A garota da toalha assim disse
Se morrer hoje ou amanhã
Sem ganhar um mísero puto com tudo isso
Terei a certeza que despertei a cada dia
Com um gênio
Um simbionte corrosivo e lamacento
Se entranhando em cada partícula flácida
do cadáver pouco comunicativo
desse interlocutor pluviométrico
deus escrevendo um poema na chuva
todo esse espasmo nada modesto de contemplação e asma
nada mais é do que uma irreversível e poderosa vontade
de projetar gases pelo meu esfíncter retro intestinal
e de lembrar de qualquer retalho dessa colcha fabulosa chamada
noite anterior.



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Sobre um certo colapso de gelo
Mesmo em meio a toda aridez daquelas 9 quadras
O filho perdido de uma ninhada extinta
Ouviu ao longe o som metálico da lira do delírio
Chamuscado por anseios decadentes
A tentação das ostras
O tremular de seus pêlos por um vento ancestral
Jamais havia sido tão esperado
Quanto naquele fim de tarde borrado
Alimentado por mãos e tetas nuas
E corrompido pelo ato de queimar a cada novo dia.




.,~~

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Laiza era uma fada




Laiza era uma fada sem perna
Que trocou suas asas por 3 buchas de coca
Encontrei Laiza entre um punhado de sujeira e Lamafedorenta
Sua pele de plástico branquela comovente

uma Fadavadiaingrata de alma nefasta
Laiza tinha dedos compridos e ágeis que usava para fins de auto contentamento

Laiza a fada sem vida
morta entre qualquer lugar entre o nada e a falsa virtude

eu amava Laiza
eu a amava como se ama o vento gelado de agosto batendo na cara
quando atravessamos a porta
numa terça feira depois da chuva




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