os ratos procuram água
bullshit
a falta que me faz aqueles olhos
a amarga sinfonia martelando cada
átomo de meu crânio
sentindo o cheiro de comida ao meio
dia
impossível comer com esse enorme
pastel quase inteiro boiando em vodka no estomago
as ruas pedem clemência
estão incertas quanto as suas
finalidades
planejo o mundo
mas herdo infernos
as hordas doentias se levantam para
atormentar o cansado Noel
dei espaço para os pensamentos se resfriarem
eles fervilharam como bolas de carne
numa panela sem óleo
o atrito fátuo do improvável com o
impossível
meu xarope para tosse parece chegar ao
fim
ainda tusso como um velho caquético
melado numa fralda geriátrica
o cansado argumento de quem precisa
gritar
bolas em chamas
a repetição da estranha verdade
o porque de não dizer adeus
o rompimento umbilical de meu ego
o mundo é uma vadia grandiosamente
ingrata
.;.
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