Isso não é um poema.
Após sua ida,
Sentei em um vaso por uns 30 minutos;
não era dor de barriga
ou qualquer hemorragia intestinal,
eu apenas sentei,
pensei em ti;
em nossa tarde.
Era eu e um imenso rolo higiênico
de idéias, de papéis, de lembranças.
A chuva baça da primavera ainda caia lá fora,
mais forte do que quando eu segurava sua mão;
mas não mais verdadeira que a embriaguês
de seus beijos vermelhos.
Não esqueça.
Isso não é um poema;
mas poderia ser.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Sexta - feira
Desconfie dos dentistas,
de poetas simpáticos
e dos apresentadores de TV.
Hoje não haverá cervejas,
licores ou venenos.
Dias perfeitos só existem
em canções de Lou Reed.
Pés para o alto
calefação entupida,
Sonhos ridículos
de uma noite
de primavera
ainda não anunciada.
Não estou conformado;
o telefone toca,
antes que eu possa acabar
com as migalhas do meu prato.
de poetas simpáticos
e dos apresentadores de TV.
Hoje não haverá cervejas,
licores ou venenos.
Dias perfeitos só existem
em canções de Lou Reed.
Pés para o alto
calefação entupida,
Sonhos ridículos
de uma noite
de primavera
ainda não anunciada.
Não estou conformado;
o telefone toca,
antes que eu possa acabar
com as migalhas do meu prato.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Rato
A eterna canção do rato
Que morra!
Eu o desprezo,
eu o temo.
Rogo a todos os
deuses para que cessem
os guinchos dantescos
que sobem pelas paredes.
Mas ele não se cala.
O sangue na boca
começa a se tornar
insuportável.
Eu imagino sua
imagem asquerosa
cada vez que seu
canto atroz atinge
meus ouvidos.
Anseio pelo sono
inexistente de ontem.
Não me incomodo
com segredos e soluços,
grito calado e afundo
o travesseiro em um
transe profano.
Mas a bola de pelos
grotesca continua
sorrindo.
Sinto as ondas do amor
gotejando pela minha testa.
A angústia da impaciência
me afoga sem piedade;
tenho medo de acender
a luz, de beber água
e de fechar os olhos.
Compreendo um pouco
agora a desistência
dos quase mortos.
Me alucino com situações
futuras, possíveis, improváveis
e gloriosas.
Em desespero amargo
procuro compreender
todos os porquês.
Todos de uma só vez.
Me apaixono pela minha
própria arrogância.
Céus, preciso dormir!
Ninguém me escuta;
e como poderia,
não existem ouvidos
onde não existe nada.
Alvorecer
A alvorada chega
e me acalma.
Ela remove toneladas
de dor concentrada.
A alvorada é o meu
chá inesperado,
morno,
e com açúcar.
Que morra!
Eu o desprezo,
eu o temo.
Rogo a todos os
deuses para que cessem
os guinchos dantescos
que sobem pelas paredes.
Mas ele não se cala.
O sangue na boca
começa a se tornar
insuportável.
Eu imagino sua
imagem asquerosa
cada vez que seu
canto atroz atinge
meus ouvidos.
Anseio pelo sono
inexistente de ontem.
Não me incomodo
com segredos e soluços,
grito calado e afundo
o travesseiro em um
transe profano.
Mas a bola de pelos
grotesca continua
sorrindo.
Sinto as ondas do amor
gotejando pela minha testa.
A angústia da impaciência
me afoga sem piedade;
tenho medo de acender
a luz, de beber água
e de fechar os olhos.
Compreendo um pouco
agora a desistência
dos quase mortos.
Me alucino com situações
futuras, possíveis, improváveis
e gloriosas.
Em desespero amargo
procuro compreender
todos os porquês.
Todos de uma só vez.
Me apaixono pela minha
própria arrogância.
Céus, preciso dormir!
Ninguém me escuta;
e como poderia,
não existem ouvidos
onde não existe nada.
Alvorecer
A alvorada chega
e me acalma.
Ela remove toneladas
de dor concentrada.
A alvorada é o meu
chá inesperado,
morno,
e com açúcar.
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