sábado, 4 de agosto de 2012

Pedaços de ti



 Não vou mais escrever
Escrever é para tolos que pensam que são deuses
Vivendo os ensaios para uma vida perfeita
Um poço do não pensar
Uma colherada nonsense goela abaixo todas as manhãs
Doses homeopáticas ou a linha tênue de uma dose final
Tanto faz
É apenas um personagem condenado; um ator morto
Ninguém vive mais do que pode
Ninguém come mais do que pode
Ao menos não por muito tempo
O tempo
Ah! O filho da puta do tempo
O maior cobrador de impostos que já vi
Bundinhas cobertas de penugem deslizando em lençóis
Um cheiro de descoberta
Sonhos molhados
O tempo oxida as velhas fantasias
Pedaços de ti


;.~^

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