segunda-feira, 28 de novembro de 2011

o livro dos estranhos indiscretos

esfirras apimentadas
ela me leu poemas sobre as sobras da mesa
e discutimos sobre o vazio que dói
mordi a língua e beijei sua cicatriz
lembrei de uma música idiota e dei risada
revelei a construção de meu personagem
o enlevo de meu prazer
surtamos os dois e planejamos nos devorar
bem devagar
como um carrossel empoeirado
com pequenos pôneis sem rabos
aleluia irmão
todos abrem os olhos e dão as mãos


Para a garota que lê Fernando Pessoa para mim depois do almoço...

.,;.,

2 comentários:

  1. Que bonito.
    Da próxima vez leio depois da janta...

    M.

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  2. Imagino você lendo isso, muito interessante. M.L

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