sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Um agosto quente
Artificialidades me assaltam de nojo
Órbitas negras e uma boquinha insinuante
Seu olhos lembram os de minha cadela
Que abana o rabo e pede ração
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segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Tomei um ácido e fui ao circo
Tomei um ácido e fui ao circo
O mundo se derretia na minha frente
Palhaços junkies penetravam seus paus
Em uma bailarina em coma
O suor do trapezista se confundia com
As manchas da zebra em cólicas
Uma puta miope ria e se babava do meu lado
Tomei um ácido e fui ao circo
Para lembrar de que nada vale a pena
E nada real; é por demais constante
Vejo todas essas escamas em minha pele
Um elefante chora
E o fogo consome todo o grande palco de cores e risadas.
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sábado, 4 de agosto de 2012
Pedaços de ti
Não vou mais escrever
Escrever é para tolos que pensam que são deuses
Vivendo os ensaios para uma vida perfeita
Um poço do não pensar
Uma colherada nonsense goela abaixo todas as manhãs
Doses homeopáticas ou a linha tênue de uma dose final
Tanto faz
É apenas um personagem condenado; um ator morto
Ninguém vive mais do que pode
Ninguém come mais do que pode
Ao menos não por muito tempo
O tempo
Ah! O filho da puta do tempo
O maior cobrador de impostos que já vi
Bundinhas cobertas de penugem deslizando em lençóis
Um cheiro de descoberta
Sonhos molhados
O tempo oxida as velhas fantasias
Pedaços de ti
;.~^
Lembranças do quarto verde
Esperar pouco ou quase nada
Esperar por canções de alívio
Havia uma imensa sala verde e muito sangue derramado
Por mais que as duas garotas gritassem
Tudo agora pertencia ao reino do inútil
Tudo agora caberia a ser decidido
Por alguma entidade provençal coberta de lodo
A madeira verde se desintegra para dar espaço aos cacos da
ternura
O caos exala longas baforadas de seu cachimbo ocre
Toneladas de ironia desmancham como geleiras
A vida se despediu da primeira garota
E o vapor da vida dessa
Alimenta e cura as feridas purulentas de sua meia irmã
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